quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

dEUS - The Ideal Crash - Magdalena




It's a funny time
to fall in love
feels like something pulled me up
to see me fall right off
you drive too fast
but I don't care
wherever's fine just take me there.

domingo, 23 de novembro de 2008




Olho para os pés do chão
Avisto uma mancha, é uma nódoa?
Não!
São rugas cravadas na pele do tapete
São rios que correram desalmados
Quando o vinho e tudo o resto com ele
Mergulhava na força da sua corrente
As nódoas caem na tua cara
Na tua toalha quando te serves assim sofregamente


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Parabéns

" A televisão é a pastilha elástica para os olhos "

Frank Lloyd Wright

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Somos a cinza do Universo
Restos de uma festa cósmica
Beatas despejadas na imensidão
O espólio de uma festa divina
Os despojos de uma pândega
Fruto de uma relação improvável
Um caroço que criou raízes
Um vício lançado ao acaso

E o caso deu nisto

sábado, 18 de outubro de 2008





Aquela molécula entre o possível e o ser
Aquela potência que vira acto
Aquele ião que luta para nascer
Na escuridão do corpúsculo
Será que encontra a luz no meio dessa onda
Ou perde-se na violência com que o mar bate
Incessantemente e impetuosamente
O de cima virou baixo
O fôlego tão desejado é retardado por tempo demais
Abre a boca
Não tenhas medo
Dá-me a mão



sexta-feira, 17 de outubro de 2008



Foi preciso pegar num cadáver
Para a expressão peso morto, pesar
Um corpo só pesa quando levantado
Só se lhe toma o peso quando se é obrigado a erguê-lo
Por muito que lave esta nódoa, este cheiro não sai
Esfrego-me, esfolio-me
Mas cravou-se fundo na epiderme
Roço-me nas pedras, mas ela não se solta
Esta é para ficar na pele
Esta infiltrou-se na carne

Essa que tanto pesou


terça-feira, 14 de outubro de 2008



Embalo com o fechar dos olhos
Escorrego resvalo para a fresta do sonho
Revejo amigos falo com mutações deles
Aqui não há sequer limbo
É um antro onde toda a gente se junta
Onde tudo é possível
Ao fundo e desfocado sinto reconhecer alguém
Mas está diferente carrega outras gentes consigo
Acordo e não abro os olhos
Mas durmo com eles abertos
Para guardar a minha gruta


sexta-feira, 10 de outubro de 2008




Quando acendes esse monólogo
O tempo desintegra-se esfumaça-se
Abres a janela para esse teu pátio interior
Onde cospes o tempo



Buraco Negro



Tropecei e caí
O tempo deu um passo atrás
A luz ficou à porta receosa
Ou se entrou eu não a vi
O tempo esse sim, entrou, mas entropiou
A luz secou
E eu continuo a cair secamente, e cada vez mais lentamente

À medida que me aproximo do fim




Pulou e subiu
Subiu, SUBIU, SUBIU
Agarrou-se à carne
Que nem uma carraça
Agora é o teu animal de estimação
Agora és tu que procuras sedento
Cravar os dentes em qualquer coisa


segunda-feira, 6 de outubro de 2008




De repente acende-se
Coloca-se onde saem as palavras
Dá uma mão no pensar do tempo
E a outra ajuda o pensamento a passar




sexta-feira, 3 de outubro de 2008





Ando de mão dada com ele
Conhecemo-nos desde miúdos
E sempre nos demos bem
Faz-me companhia quando estou só
Ajuda-me a levantar o copo quando já não consigo
Acende-me os cigarros quando já não sou capaz
Mesmo quando não estou com ele
Ele está comigo
Em mim
Já nascemos assim
Gémeos siameses
Continuamos andar apoiados um no outro
Da curiosidade depressa cresceu uma amizade
Um ponto de apoio
Uma bengala
Um cigarro
Um copo
Um outro



terça-feira, 30 de setembro de 2008




No virtual a carne não pesa
Possível e impossível dançam
Ao som dos pensamentos
Numa união perfeita

Que só é quebrada quando é chamada a viver
O virtual é maior que o real
Mais abrangente
Traz consigo o possível e o impossível
Não tem ossos nem carne
Não é vergado pelo poder gravitacional

O virtual é tudo
O real_mente já perdeu espírito
A imagem é realmente espirituaficada

Perde-se na carne



quarta-feira, 24 de setembro de 2008




Ouço o Bom Dia apregoado pelos pássaros
Afundo-me à medida que os ouço cantar
O branco começa a entornar-se no meu quarto
Um novo dia liquidifica-se nas paredes que me protegem
E eu continuo a afogar neste colchão
O dia subiu e eu desço na noite
Adormeço deste acordar do mundo




quinta-feira, 18 de setembro de 2008




Fecho os olhos e desapareço
Elevo-me, perco-me
Quando de repente, abro os olhos

C
a
i
o

Os sentidos apoderaram-se de novo de mim
Ando sonâmbulo na esperança de ser puxado outra vez



segunda-feira, 15 de setembro de 2008


Troquei as minhas pedras por pequenos grãos de areia
Baptizei-me consecutivamente
E mesmo assim não me renovei
Não vejo sair um homem novo dessas águas



sábado, 13 de setembro de 2008


Esse vermelho vibrante de vida
Esse jorrar de cor
Esse calor húmido que me abraça
Quando me beijas
Essa carne que se enrosca uma na outra, quando se falam.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008



Nem tanto à carne, nem tanto à alma.
Este eterno dilema, este recorrente dualismo...
É mais um dos fardos que nos mandam carregar, que nos atiram para os ombros quando começamos a bocejar qualquer raciocinio.
Não há um sem o outro, porque é que o tentamos separar?
Esse acto tão antinatural de processar sem filtrar o pensamento na carne,
ou essa carne que não é fumada pelo fogo da razão.
Essa, não tem sabor, não tem corpo, não há sequer ideia de carnes assim...

sábado, 2 de agosto de 2008

Puxo as cordas mas as palavras não soam.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Mais um dia em banho-maria.

terça-feira, 3 de junho de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

Nem sempre tem forma
Ou se tem!
Não são as convencionais

Gosto de deixar a tinta correr
Deixar que se espalhe
Que inunde este branco

Num quadro como este
Nem chego a usar pincel
Atiro letras aos baldes
E espero que se forme
Qualquer figura

Deixo que a frieza destas paredes
Lhe atribua a sua forma
Que congele qualquer imagem

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Os dissabores de hoje
Trazem já no seu travo
A verdadeira degustação
Do amanhã

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Despelho

É sempre um duelo
Com o espelho
Com a imagem reflectida
Com a carne com que me apregoo

Mas hoje de tão fragil
E tantas voltas, me, dei
Partiu se,
Agora..., Sou
Os milhões de imagens que se reflectem nos cacos espalhados pelo chão

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Meioveio

O meio é um veio
Do tronco cultural
A que vais beber
Tem cuidado...
A escolher,
A floresta, onde te vais embrenhar...